E lá vou EU...
- Valerya Abreu
- 25 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Houve um tempo em que as pessoas nomeavam seus negócios por conta própria, na maioria das vezes usavam seu nome. Pessoas e seus nomes estavam por trás do produto que vendiam e do serviço que prestavam.
Séculos atrás, séculos atrás, era a partir da marca pessoal que se faziam negócios.
Depois essa realidade mudou e as empresas, pessoas jurídicas, assumirem o lugar que antes cabia aos artesãos, produtores, pessoas físicas.
O tempo passou, os mercados cresceram e ganharam enorme força. E daí as marcas, antes pessoais, foram institucionalizadas. O que significa dizer que o Personal Branding não é um assunto novo, não é nenhuma novidade, mas a dimensão e a importância que ele ganhou no mundo atual, principalmente de 2018 para cá, é. E nas mais variadas esferas, da profissional ao mundo do entretenimento passando por várias outras.
Hoje o mundo corporativo percebe bem de perto a importância de ter uma liderança, e até mesmo um time, com uma marca pessoal forte. Isso porque ficou evidente que não são só celebridades que dependem de uma marca e da sua reputação para fazer negócios em um mundo com tetos de vidro.
Marcas de produtos podem valer muitos milhões e marcas pessoais idem. E não me refiro só ao valor monetário, às vezes até irrisório diante do potencial transformador que uma marca pessoal pode assumir e dos impactos positivos que podem surgir a partir daí.
Particularmente considero a construção de uma marca uma tarefa das mais gratificantes. Tive a oportunidade de liderar vários processos nesse sentido e pude ver o valor (tangível e intangível, inclusive contábil) que algumas dessas marcas passaram a ter. Já o desEnvolvimento de uma marca pessoal considero um processo dos mais nobres, porque demanda um conhecimento multidisciplinar e muito entendimento da alma humana, além de coragem e envolvimento máximo do dono da marca para que ela surja e seja autêntica e verdadeira, fruto do autoconhecimento e autodesenvolvimento inerentes. Não se trata de marketing pessoal, de promoção pessoal. Não concordo nem gosto dessa abordagem nem mesmo para produto. Vai muito além. A estrada é longa.
Com a Psicanálise compreendi a fundo questões que estão relacionadas ao Eu, ao Ego e ao Inconsciente, muito daquilo que Sigmund Freud percebeu quando descobriu e criou essa ciência (que também é considerada uma arte, uma vez que cabe interpretação). E pude perceber o que representam as questões que estão relacionadas a psique humana e o quanto desperdiçamos de nós mesmos por desconhecimento, porque mantemos muitos conteúdos pessoais inconscientes, pelas mais variadas razões.
Assim, acredito que uma marca pessoal para ter valor precisa ser legítima e expressar a essência, o que muitas vezes está guardado, escondido. Na 'Era do Eu' em que vivemos, fica fácil perceber a importância que o Personal Branding ganhou. São muitas as oportunidades de se colocar e fazer a diferença, já que hoje estamos o tempo todo no ar. Nesse contexto, possuir uma marca que identifique cada um adequadamente é de fato uma grande vantagem. Quanto à consistência do 'Show do Eu', a meu ver depende diretamente da expressão que corresponda não à promoção pessoal mas sim ao Eu verdadeiro e ao que esse Eu pode se tornar e entregar ao mundo, já que nenhuma pessoa é igual à outra pela sua singularidade e nenhuma marca também.
Valerya Abreu

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